SP terá primeiro arranjo para energias renováveis no País


Vai ser formalizado em agosto, pelo governo estadual, o primeiro Arranjo Produtivo Local (APL) do País voltado para as energias eólica e solar. O grupo de empresas opera na região de Sorocaba.

Coordenador da ação, Luiz Antônio Quilicci explicou ao DCI que, com o APL, as companhias do setor se unirão a universidades e ao governo para desenvolver as energias renováveis na cidade. “Em conjunto, fica mais fácil enfrentar os problemas técnicos e da cadeia produtiva encontrados pelo setor.”

Segundo a Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo, cerca de 25 empresas farão parte do APL de Sorocaba. “Entre elas estão a Canadian, uma das maiores do mundo na produção de painéis fotovoltaicos, a Wobben Windpower, que produz componentes e aerogeradores, a Tecsis, fabricante de pás eólicas, e a Prysmian, que produz cabos e outras peças”, apontou uma nota divulgada pelo órgão estadual na semana passada.

Quilicci afirmou que o faturamento de algumas dessas empresas supera a barreira de R$ 1 bilhão por ano. “São multinacionais, com participação em dezenas de países.”

Além das companhias privadas, farão parte da APL algumas universidades públicas, como a Unesp e a Ufscar, e órgãos do governo, como a Fapesp, a Investe SP e a Desenvolve SP, além da Secretaria de Energia e Mineração.

“Uma das ações esperadas do Estado é o auxílio com as questões legais, tributárias e de financiamentos vigentes para o segmento em todo o País. Não será criado nenhum mecanismo específico para esse APL”, afirmou Quilicci.

Essa é a primeira iniciativa do tipo para o desenvolvimento de energias alternativas no País. Há APLs em vários outros segmentos, como móveis, vestuários e agroindustriais, em território brasileiro.

Segundo Quilicci, uma das formas que as instituições de Sorocaba podem se ajudar está na busca pelo desenvolvimento de peças mais baratas. “Pode ser encontrada uma pá eólica mais barata, por exemplo”, disse o entrevistado.

Quadro atual

Hoje, a capacidade instalada de energia solar no Estado de São Paulo é de aproximadamente 60 Megawatt (MW).

A primeira usina solar paulista é a de Tanquinho, no município de Campinas, com capacidade de gerar 1,6 Gigawatt-hora por ano. Essa energia é suficiente para suprir cerca de 1.300 residências com consumo de 100 Quilowatt/mês cada. Dois dos outros empreendimentos cadastrados no Estado são as instalações na Cidade Universitária e no Parque Villa-Lobos, ambos na capital.

Na quarta-feira (4), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, vai participar da cerimônia de posse do novo Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). O órgão, fundado em 2013, tem como objetivo promover e divulgar a utilização da energia solar no Estado de São Paulo.

02 jul 2018


Por RENATO GHELFI