Nordeste terá potencial solar 36 vezes maior


Matriz energética que mais cresce no País, a geração fotovoltaica de grande porte no Ceará terá seu potencial multiplicado por 36 vezes nos próximos anos, considerando apenas os empreendimentos conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Hoje, o Estado conta com apenas um parque, instalado no município de Tauá, com 5 MW de potência instalada. Mas para os próximos anos está prevista a adição de 180 MW, provenientes de seis parques com construção não iniciada, sendo um em Banabuiú, um em Massapê e quatro em Quixeré, cada um com 30 MW de potência.

No Nordeste, os 16 empreendimentos fotovoltaicos em operação têm um potencial de 226,6 MW, conectados ao SIN. E nos próximos anos serão adicionados 1.563 MW, provenientes de 56 novos parques.

"A energia solar já é muito utilizada em todo o mundo, atingindo uma capacidade instalada de mais de 300 GW. Só no ano passado, foram mais de 70 GW instalados, enquanto no Brasil, se somarmos todas as fontes, temos 160 GW. O que nós esperamos é que a redução nos custos de equipamentos e instalação se reverta em menores custos para o consumidor", diz Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Previsão

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), a geração de energia solar fotovoltaica no Brasil deverá o patamar de 1.000 megawatts (MW) de capacidade instalada até o final deste ano. No dia 18 de setembro, teve início a operação de dois parques, somando 546 MW de capacidade: um na Bahia (254 MW) e outro no Piauí (292 MW). De acordo com nota divulgada pelo grupo Enel, os dois empreendimentos são as maiores usinas de energia solar da América do Sul atualmente em operação.

"A geração de energia solar está começando a decolar, tanto em empreendimentos de grande porte como de pequeno", diz o consultor João Mamede Filho. "Mas a grande geração só se desenvolve com os leilões. Há poucos empreendimentos que foram construídos para o mercado livre. Foi o mesmo que aconteceu no início das eólicas, quando o empreendedor tinha que assumir o risco, e isso mudou com os leilões", diz.

Incentivos

Apesar das vantagens climáticas do Ceará para geração solar, o presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, Jurandir Picanço, diz que o desenvolvimento do Estado no setor dependerá de incentivos fiscais e de apoio do Estado. "O Ceará tem esse privilégio de ter um grande potencial e o potencial solar é extraordinariamente alto, praticamente ilimitado. Mas diferente do que ocorre com a eólica, que exige condições específicas, a geração solar é mais democrática. As diferenças entre as regiões não é tão acentuada", disse. Durante o All About Energy, serão discutidas as perspectivas da energia solar no País.

02 out 2017


Por Verdes Mares