Minas Gerais é o primeiro no ranking brasileiro em energia solar


Pouca gente sabe mas o estado de Minas Gerais é o primeiro do ranking em energia solar fotovoltaica em todo o Brasil. Tem quase o dobro de São Paulo, o segundo colocado. De cada 100 painéis solares, 24 estão em Minas. Até o ano passado eram 4555 em todo o país; destes, 1226 em território mineiro, de acordo com o ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

As cidades mineiras que lideram em número de painéis são Uberlândia, no Triângulo, além da capital, Belo Horizonte, seguida de Sete Lagoas, Betim e Montes Claros. Mas, Valadares, embora ainda tenha menos em números absolutos, chama a atenção em termos percentuais de crescimento. O uso da energia solar na cidade cresceu mais de 1000% em dois anos, enquanto a  média de crescimento no país foi de 17%.

A explicação é simples. De bobo, mineiro não tem nada. É que, além de ser uma energia renovável e limpa, o que beneficia o meio ambiente, a energia solar é gratuita e pode gerar quase 100% de economia na conta de luz. De acordo com o engenheiro eletricista, especialista em energia solar fotovoltaica, Filipe Américo, a crise energética e a questão da sustentabilidade têm criado um ambiente propício para uma crescente utilização da energia solar no Brasil.

Juro baixo para energia solar

Não é atoa que o governo federal tem incentivado a utilização da energia solar e têm surgido diferentes financiamentos para quem decide investir. O mais recente foi o Banco do Brasil que criou linha especial com juros mais baixos. “O próprio governo federal em 2015 criou o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) e muitos bancos oferecem financiamentos para a instalação de sistema de energia solar. As vantagens e a economia são significativas.”, explica Filipe.

Mineirão produz energia própria

Até a própria concessionária convencional de energia do Estado, a Centrais Elétricas de Minas Gerais, Cemig, entrou no negócio da energia solar.  O “Mineirão” foi o primeiro estádio sede de jogos da Copa do Mundo no Brasil de 2014 a possuir a sua própria usina fotovoltaica que gera energia equivalente ao consumo médio de 1.200 residências. São 6 mil módulos fotovoltaicos com uma potência  instalada de 1,42 MWp. Toda a energia gerada é injetada na rede da Cemig; 10% é utilizada pelo próprio Mineirão e o restante  da energia é comercializada. A ideia nasceu dos estádios da Alemanha, país avançado no que diz respeito à energia solar.

Minas terá maior usina de fotovoltaica da América Latina

O município de Pirapora, no Norte do estado, vai receber o maior parque de energia solar da América Latina, com investimento de R$6 bilhões. Será gerada energia alternativa em larga escala na quantidade que é produzida na Usina de Três Marias. Haverá ainda ganho de arrecadação em ICMS para o Estado e royalties para Pirapora, já que a usina atingirá 50% de todo o faturamento da atividade industrial do município. O parque solar fotovoltaico terá 10 usinas de 30 MW cada, totalizando 300 MW; linha de transmissão de 9,2 km e 138 kV; área de manutenção de 0,6 ha e subestação de 1,5 há e 138 kV.

E como se transforma a radiação do sol em energia elétrica?

Os raios são captados pelos painéis ou placas fotovoltaicas, mais conhecidas como placas solares, e a radiação é transformada em energia elétrica, por meio das células fotovoltaicas feitas de silício. E a radiação solar pode ser captada mesmo em dias nublados. O sistema pode ser utilizado de forma isolada – onde não há rede elétrica convencional, como fazendas e chácaras -, ou conectado à rede elétrica convencional da concessionária, como no caso do Mineirão com a Cemig.

Economia de quase 100% na conta de luz

E todo o processo de produção de energia própria pode ser feito em empresas, indústrias e residências. Produzindo energia própria pelo seu sistema fotovoltaico, o usuário pode ter crédito com a concessionária e daí vem a economia na conta de luz. Toda a energia elétrica produzida e não gasta (sobra) é injetada na rede convencional da concessionária, a Cemig, por exemplo. Assim, este excesso fica como crédito para o usuário que é compensado pela concessionária.

Assim, se o usuário produz 100 kW e gasta 70 kW, terá um crédito de 30 kW, o que pode gerar uma economia de até 98% na conta de luz.  É o chamado Sistema de Compensação regulamentado pela Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) nº 482/2012, que determina todas as regras para o funcionamento.

03 mai 2017


Por WAV