5 aplicações da energia solar na arquitetura


A arquitetura sustentável é uma área que vem ganhado mais espaço ultimamente e um modo que muitos utilizam para criarem uma estrutura sustentável é por meio da integração de painéis fotovoltaicos à construção.

Essa aplicação é versátil e multifuncional pois, além do sistema fotovoltaico gerar energia limpa, ela funciona como uma alternativa de acabamento e pode providenciar  iluminação diurna por meio de células transparentes.

Assim, apresentamos aqui cinco construções que conciliam sua estrutura com os sistemas fotovoltaicos, constituindo um exemplo de arquitetura sustentável.

 

Blackfrairs Bridge (Londres, Inglaterra)

A Blackfrairs Bridge, que atravessa o Rio Tâmisa com um comprimento de 281 metros, é a  maior ponte de energia solar do mundo. O sistema fotovoltaico que cobre a estrutura é de 1,1 MWp e é constituído por 4,400 painéis solares. Por ano, a produção é de 935.000 kWh e a quantidade de emissões de dióxido de carbono evitadas anualmente é de 455.000 kg. Ela produz cerca de 50% da energia que a Estação Blackfrair (localizado próximo à ponte) consome. Blackfrair Bridge é uma demonstração do potencial da energia solar na arquitetura que conseguiu inovar uma construção antiga tornando-a um exemplo de uma estrutura sustentável.

 

 

 

Estádio Mineirão (Belo Horizonte, Brasil)

O Estádio Mineirão, inaugurado em 1965, passou por reformas em 2010 (devido á Copa do Mundo, sediado no Brasil) na qual foram instalados painéis solares na parte superior da estrutura, sendo assim o primeiro estádio com certificação LEED Platinum de sustentabilidade a utilizar energia solar em uma partida da maior competição de futebol do planeta.

O sistema fotovoltaico instalado pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) tem capacidade para atender 1200 residências, com uma potência instalada de 1.420 kWp e é constituído por 6 mil painéis que cobrem uma área de 9.500m2. O projeto custou cerca de R$10 milhões sendo que 80% desse valor foi financiado pelo banco alemão KfW, através de uma cooperação Brasil-Alemanha.

O estádio no Brasil manifesta o potencial da energia solar no país, abrindo espaço para a inovação e investimento nesse setor promissor.

 

 

Dragon Stadium (Kaohsiung, Taiwan)

Esse estádio com capacidade de 50.000 pessoas, projetado por Toyo Ito e inaugurado em 2009, é 100% autossuficiente. Conciliando uma arquitetura inspirada no dragão e a energia solar, o estádio é um símbolo de modernidade e arquitetura sustentável. O sistema fotovoltaico que cobre todo exterior da construção tem 14.155 m2 e é formado por 8.844 painéis solares.

 Nos dias em que o estádio não é usado, o sistema solar produz energia para a comunidade ao seu redor atendendo cerca de 80% da demanda.  Em suma, o estádio produz cerca de 1,14 milhão kWh por ano, evitando a emissão de 660 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera anualmente. Além disso, foi construído inteiramente com materiais reutilizáveis.

 

 

 

Sun Dial (Dezhou, China)

O Sun Dial, de 75.000 m2, localizado em Dezhou da província Shandong, é considerado até então o maior edifício comercial de energia solar do mundo. A estrutura é multifuncional, possuindo um hotel, centros de pesquisa e treinamento e espaços para a realização de exposições e congressos. Foram instalados 5000m2 de painéis solares no edifício, fazendo com que o consumo energético seja 30% menor que o padrão nacional.

A estrutura foi projetada com a intenção de criar uma arquitetura sustentável e inovador. Além dos painéis solares, há outras soluções e ideias verdes implantadas no edifício o que faz com que 95% da energia utilizada venha de fontes alternativas. A arquitetura do Sun Dial foi inspirada nos caracteres chineses de sol e lua e no relógio de sol (como o próprio nome já coloca). Ela representa também a urgência na procura de fontes alternativas e a busca de energia limpa e desenvolvimento sustentável.

 

 

Solar Ark (Gifu, Japão)

Construído pela empresa de eletrônicas, Sanyo, Solar Ark é um prédio de 315m de comprimento que possui mais de 5000 painéis solares monocristalinos, produzindo 630 kW de energia ou 530.000 kWh de energia por ano. Todos os painéis utilizados eram rejeitos de fabricação, o que torna o edifício mais impressionante. Sua fachada também é aproveitada como “screen-wall”, com a incorporação de 77.220 LEDS. Dentro, encontra-se o “Solar Lab”: um museu interativo de energia solar com exibições para crianças e espaços para a realização de eventos com temas ambientais e energia fotovoltaica.

 O Solar Ark foi construído em parte devido a um erro da empresa.  Para marcar seu aniversário de 50 anos, Sanyo, na época, planejou construir a maior estrutura fotovoltaica do mundo utilizando um sistema híbrido de silício cristalino e painéis amorfos. No entanto, no mesmo período, a empresa foi descoberta vendendo painéis defeituosos, envolvendo-a num escândalo vergonhoso. Devido a isso, a construção do Solar Ark tomou outro rumo: ela virou um símbolo de arrependimento e desculpa pelo ocorrido e uma tentativa de recuperar a confiança de seus consumidores.

Ainda assim, o Solar Ark é um monumento impressionante que se transformou num ponto de referência de arquitetura sustentável ao mesmo tempo promovendo o uso da energia solar.

28 out 2016


Por Amy Maitland