Group (CGN) adquiriu três usinas de energia solar e eólica no Brasil


O Grupo de Energia Nuclear da China (CGN) adquiriu três usinas de energia solar e eólica no Brasil do grupo italiano de geração de energia Enel e, ao fazê-lo, aumenta a presença considerável da China no fornecimento de energia do Brasil.

O negócio foi assinado em 16 de janeiro entre a subsidiária Enel Green Power Brasil Participações (EGP Brasil) e a CGN Energy International Holdings (CGNEI).

As três instalações são a usina solar de 292MW Nova Olinda, no estado brasileiro do nordeste do Piauí, a usina solar de 158MW da Lapa, no nordeste da Bahia, e o parque eólico Cristalandia, de 90 MW, também na Bahia.

A medida sem dúvida será de considerável interesse para o recém-eleito presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, e que afirmou que quer continuar trazendo mais capital privado para a infraestrutura. Sabe-se também que as empresas chinesas vêem o Brasil como um ponto de entrada para fortalecer sua presença no mercado latino-americano.

O preço das três usinas – todas já totalmente operacionais – é de 2,9 bilhões de reais (US $ 783 milhões). O acordo deve ser fechado no primeiro trimestre.

Todas as três usinas possuem contratos de compra de energia (PPAs) de longo prazo. A Lapa e a Nova Olinda são apoiadas por contratos de suprimento de 20 anos que prevêem a venda de volumes específicos de energia para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A Cristalandia é apoiada por PPAs de 20 anos com um pool de empresas brasileiras de distribuição de eletricidade.

Em linha com o plano estratégico da Enel para 2019-2021, a transação visa maximizar e acelerar a criação de valor através da rotação de ativos para liberar recursos que podem ser investidos em novos projetos. A Enel continuará as atividades de operação e manutenção dos ativos vendidos.

“Com a venda desses ativos, estamos capturando valor para um maior crescimento no Brasil, onde estamos implementando um grande pipeline de projetos renováveis”, diz Antonio Cammisecra, chefe da Enel Green Power. “Continuamos focados nas oportunidades oferecidas pelo mercado brasileiro de renováveis ​​e continuamos a investir no país, onde a Enel Green Power terá um papel ativo, realizando novos projetos e gerenciando a frota de plantas operacionais.”

Após esta recente aquisição pela CGN, é provável que haja mais oportunidades para as empresas chinesas comprarem ativos renováveis ​​quando os projetos estiverem em andamento.

Além de operar usinas nucleares como Daya Bay e Ling Ao, na província de Guangdong, a CGN tem uma estratégia de desenvolvimento e investimento em setores de energia renovável, como hidrelétrica, eólica e solar.

Por exemplo, em dezembro passado, a CGN anunciou que começou a desenvolver o parque eólico offshore Shanwei Houhu de 500MW e o parque eólico offshore Huizkou Gangkou de 400MW. Os dois projetos são os primeiros projetos de energia eólica offshore planejados pela CGN no leste da província de Guangdong.

A China é o maior investidor estrangeiro no setor de energia no Brasil. A CPFL, maior distribuidora de energia do país, é controlada pela China State Grid. E a Shandong Electric Power Construction Corporation, subsidiária da PowerChina, está construindo uma linha de transmissão de tensão ultra-alta conectando usinas hidrelétricas no norte às principais cidades do sul.