Aumento das tarifas de energia no Brasil impulsionou o mercado de energia solar


A maior vantagem da energia solar é a infinidade dessa energia, já que o sol vai durar ainda alguns bilhões de anos, e a questão de essa energia não agredir a natureza de nenhuma forma, precisando apenas de uma superfície horizontal para ter suas células de captação instaladas.

Enquanto isso, a maior desvantagem é a questão do preço, já que como no Brasil essa energia ainda é pouco explorada, os preços dos painéis são altos, e mesmo sabendo-se que esse valor retorna com o tempo, já que não se precisa mais gastar com energia, muitas pessoas não têm condições de fazer esse investimento.

Isso está mudando, não apenas pelo movimento natural de todas as novas tecnologias, que com o tempo vão ficando mais baratas por causa das pesquisas e por sua popularização, mas também por um fator que está de outro lado. A energia elétrica no Brasil está com preços muito elevados, e isso tem feito com que mesmo sendo um investimento alto, os painéis solares valham cada vez mais a pena. Os detalhes disso serão explicados a seguir.  

Aumento das tarifas de energia impulsiona a energia solar

No mês de janeiro de 2018, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), resolveu aprovar o aumento de tarifas de energia elétrica de um grande número de distribuidoras de energia ao redor do Brasil. Os aumentos podem ser razoavelmente suaves, com algo em torno de 5%, ou absurdos, como incríveis 25,8%. Isso tem sido um enorme combustível para o aumento da importância da energia solar no país.

O aumento de potência instalada se dá tanto em residências, como em prédios públicos, indústrias e comércios de vários tipos. A ANEEL acredita que até 2024 mais do que um milhão de sistemas de captação e conversão de energia solar estejam funcionando normalmente do Brasil.

A Bloomberg New Energy Finance (2016b), divulgou um estudo feito pelo SEBRAE junto a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em que se constata que a energia solar será em 2040, responsável por gerar 32% de toda a energia brasileira, uma capacidade de mais de 120 gigawatts. A nível mundial, nesse mesmo período, a energia solar vai representar um quarto de toda a energia produzida no planeta. Isso não é apenas uma tendência, mas um fato e uma necessidade.

Uma empresa que está vislumbrando esse alastramento da energia solar é a Ilumisol, uma empresa sediada em Cascavel, no Paraná, que possui 8% do mercado nacional. A Ilumisol está confiando nas projeções e vem investindo pesado, tendo atualmente 34 unidades por todo o país. A empresa já realizou 1400 obras, instalou 37 MWp de potência, ou 115 mil módulos que geram 4.4 Gigawatts mês. A economia mensal é grande, chegando a evitar que os clientes da Ilumisol gastem 2,5 milhões de reais todos os meses.

Alguém que instala um sistema de captação e conversão de energia solar em casa pode ter uma economia de 95% ou mais na conta de energia, podendo chegar até ao ponto de não pagar mais conta, ou até vender energia para a rede, uma verdadeira virada de jogo. A Unimed Cascavel é um exemplo disso, já que instalou em suas propriedades nada menos do que 190 módulos solares, além de dois inversores que produzem algo em torno de sete mil quilowatts mensalmente.

Erwin Soliva Junior é diretor da Unimed Cascavel e demonstra muita satisfação com o sistema, que permitiu uma forte redução de mais de quatro mil reais na conta de energia da companhia. Ele acrescenta ainda que “Optamos em implantar o sistema para reduzir custos com energia e também contribuir para a redução da emissão de carbono no meio ambiente”.

De acordo com o gerente da Ilumisol, Júlio César, os incentivos que vem sendo oferecidos através de linhas de financiamento com juros convidativos também vem sendo responsáveis pela expansão do setor. “Existem linhas de financiamentos em que a parcela pode ser paga com o valor da economia que é feita na conta de luz no final do mês”, diz Júlio, que acrescenta ainda que um módulo fotovoltaico leva no máximo cinco anos para ser pago, e tem capacidade de gerar energia por vinte e cinco anos

Uma prova definitiva do crescimento do setor são os números da Absolar, comandada por Rodrigo Sauaia, que indicam investimentos de seis bilhões de reais em 2017, e prevêem incríveis vinte bilhões em 2018, um aumento de mais de 200% de um ano para o outro.