As inovações das baterias solares residenciais


Atualmente o armazenamento de energia é um dos grandes desafios para ajudar na expansão das energias renováveis. Especificamente para o caso da energia solar fotovoltaica, que vem crescendo exponencialmente no Brasil e no mundo, as baterias solares residenciais poderiam agregar muito valor se estivessem no mesmo patamar de evolução e preço dos módulos fotovoltaicos.

A exemplo dos módulos que anos atrás tinham um elevado custo, com o avanço da tecnologia e a entrada dos chineses (tanto para a produção quanto para consumo) ajudaram a difundir e tornar a solução acessível para mais pessoas.

Para o mercado brasileiro em questão, encontram-se disponíveis as baterias chumbo-ácidas, uma tecnologia madura que não necessita de muita manutenção. Mas suas desvantagens são a durabilidade, em média 24 meses, o tamanho e a necessidade de funcionarem em ambientes com temperatura estável, pois a variação térmica compromete o seu rendimento e também a vida útil do produto.

Como grande alternativa para a bateria chumbo-ácida, aparece a tecnologia de íons de lítio que vem evoluindo muito, mas ainda possui preços bastante elevados. Essa não é uma tecnologia recente, pois seu uso comercial começou na década de 1980 e hoje é amplamente utilizada em aparelhos eletrônicos, principalmente nos portáteis (telefones celulares, notebooks, etc.), mas ainda é uma tecnologia que está em evolução. A prova disto é o surgimento recente de vários produtos dimensionados para atender o mercado de energia.

O último deles foi o lançamento do sistema de armazenamento Smart Star L da japonesa Itochu, preocupada em atender o mercado doméstico devido às constantes quedas de energia depois do acidente nuclear de Fukushima (2011). A fabricante de automóveis Nissan, também de olho nesse mercado de energia renovável, lançou o xStorage, seguindo o exemplo da americana Tesla, conhecida por fabricar carros elétricos, mas que diversificou seus negócios ao entrar no mercado de energia solar com a aquisição da empresa SolarCity, e o lançamento do seu Powerwall 2.0, que, além da capacidade de armazenamento de energia, oferece também a opção para administração do uso desta energia em residências e empresas.

Todos esses produtos, baseados na tecnologia de íon de lítio, aproveitam o que ela tem de melhor, como a alta densidade de energia, ocupam menos espaço que as outras, possuem um sistema de controle embutido, baixo tempo de recarga, maior eficiência e maior vida útil. Apesar de tantas vantagens, a sua grande desvantagem é o preço elevado e mesmo no exterior ainda é um sistema pouco consumido, diante de tantas possibilidades.

Por isso, existem vários estudos ao redor do mundo para viabilizar uma forma de armazenamento de energia eficiente e econômica. Um exemplo desta alternativa é a bateria desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O princípio básico é utilizar materiais relativamente baratos e abundantes como o alumínio, grafite e ureia, e que proporcione uma vida útil longa e desempenho satisfatório.

De qualquer forma, aqui no Brasil continuamos aguardando ansiosos por soluções de armazenamento de energia que, no mínimo, sejam viáveis economicamente e quem sabe receberem subsídios, da mesma forma que os kits fotovoltaicos.

26 mai 2017


Por Newton Hashida